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05 de Março de 2021
Volta às aulas - Dirigentes de escolas privadas apresentam protocolos

Os diretores de duas escolas particulares de João Monlevade conversaram com o A Notícia nesta semana e defenderam o retorno gradual às aulas presenciais, seguindo modelos de segurança sanitária. Para eles, as crianças passam por momentos difíceis, e as escolas precisaram adaptar-se para manter o nível de ensino. 
Antonine Bicalho Garcia, vice-diretor do Colégio Kennedy, defende o retorno em forma híbrida. Para ele, março deveria ser o último mês sem atividades no prédio da escola, pois os estudantes já sofreram graves prejuízos com a paralisação do ensino tradicional. 
Gabriel Dugatti, diretor do Colégio Cesp, também é abertamente favorável à retomada, enfatizando, no entanto, que ela deve ser realizada seguindo rígidos protocolos de segurança sanitária. Para ele, a educação é essencial para o desenvolvimento das crianças, e o afastamento delas do ambiente escolar está aumentando os níveis de ansiedade, à espera de um retorno às atividades normais. 
Esta posição é parecida com a de Antonine. Em sua percepção, uma parte das crianças sofreu um atraso em seu amadurecimento, ficando “infantilizados” por mais tempo e padecendo com problemas psicológicos. A formação do conhecimento também foi prejudicada: “Todo bom aluno teve crescimento com a pandemia. Os estudantes mais dedicados conseguiram manter os níveis de aprendizado, mas aqueles com mais dificuldades ficaram pelo caminho. Para muitos, foi uma perda irreparável, um ano perdido”, diz o vice-diretor. 
Dugatti também considera que os alunos tiveram de esforçar-se mais para conseguirem manter o desempenho escolar, embora o ensino convencional e o digital sejam bastante diferentes. Também diretor de um pré-vestibular, ele sente que, no entanto, aprofundou-se o fosso entre estudantes de escolas privadas e públicas, sendo que, nestas últimas, os discentes sofreram mais dificuldades. 
Desde março do ano passado, as aulas no Colégio Kennedy são ministradas virtualmente, com as turmas reunindo-se através do Google Meet. As avaliações são feitas através de atividades monitoradas, como trabalhos ou exercícios, e provas, entregues através do Google Documentos ou de plataforma própria da escola. Em 2021, após as férias, as aulas à distância foram retomadas em 1º de fevereiro. 
Já no Colégio Cesp, as aulas também sofreram adaptações, ficando ligeiramente mais curtas e ganhando o acréscimo de plantões de atendimento e videoaulas complementares. A grade curricular e as turmas de alunos mantiveram-se iguais, com os professores ministrando as aulas desde casa ou, aqueles que preferiram, a partir da escola. Uma plataforma virtual foi contratada para fazer as avaliações. O colégio orientou os alunos a manterem uma rotina normal de estudos: acordarem, tomarem banho e café-da-manhã, dirigindo-se a um ambiente silencioso para assistirem às aulas. 
Antonine conta que, com o início da pandemia e a decretação da quarentena, em março do ano passado, a escola perdeu somente oito dias letivos, voltando às atividades virtuais ainda em março. Os professores tiveram de se empenhar para adaptarem-se à nova realidade, o que o vice-diretor reconhece como sendo um dos diferenciais para que a qualidade do ensino se mantivesse o mais próximo possível do ensino tradicional. Essa posição é parecida com a de Dugatti, que enfatizou o esforço dos docentes para que o nível do ensino se mantivesse e ressaltou a importância da participação dos pais na adaptação dos estudantes ao ensino digital e no comprometimento de seus filhos com as tarefas. 
No início do ano, as escolas particulares apresentaram projetos de protocolo à Prefeitura para balizar a retomada. O atual decreto regulamentador permite apenas que os estudantes frequentem o prédio do colégio para as atividades extracurriculares. No Colégio Kennedy, que já iniciou essas aulas para a educação infantil e as ofertará em breve para os demais níveis de ensino, as atividades são oferecidas no contraturno e com presença facultativa. Já no colégio Cesp, que trabalha com alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, as aulas extras também serão iniciadas nas próximas semanas, privilegiando os esportes. As atividades extracurriculares também precisam seguir protocolos de segurança sanitária para evitar a proliferação do coronavírus. 

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