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Editorial
02 de Fevereiro de 2024
Não percam as crianças de vista

Crianças e adolescentes no centro da pauta policial da semana em Monlevade e região. Ora, os menores foram autores de crimes, ora, foram vítimas de violência. Os casos merecem atenção e acendem o alerta para a necessidade de cuidado. O que leva dois meninos de 10 e 12 anos a invadir uma escola e atear fogo em uma sala de aula? A pergunta inevitável é por que razão eles fizeram o ato criminoso contra o estabelecimento de ensino? 
Outro crime chocante foi o abandono de um bebê de, aparentemente, três dias de vida, no bairro Rosário, em João Monlevade. No depoimento de uma testemunha, ouviu-se o ronco de uma motocicleta pouco antes de encontrar a recém-nascida, ainda com o cordão umbilical. Quem a abandonou, provavelmente, não estava só. Em Itabira, um menor de 17 anos fez a própria mãe e a namorada dele, também menor, de 16 anos, como reféns em um apartamento. Em outra ocorrência, um pai foi denunciado por abusar sexualmente da filha. Noutra, um irmão mais velho também abusou do mais novo. Esses dois últimos casos confirmam o que os números referentes ao abuso sexual infantil no Brasil apontam: o agressor está dentro da casa onde a vítima mora na maioria dos crimes. 
Todos esses tristes episódios nos levam a questionar: o que está acontecendo com as pessoas e com sociedade? E o que pode ser feito para que situações como essas não se repitam? Não podemos perder as crianças de vista. E, em alguns casos, nem os adultos. A violência contra as crianças e adolescentes, além da praticada por eles, não pode ser 'normalizada'.  

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