Desde 1984
Erivelton Braz
23 de Julho de 2021
Já começou a corrida eleitoral de 2022

A caminhada para as eleições de 2022 já começou. Independentemente das questões partidárias e da “polarização” iminente entre o ex-presidente Lula (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (sem partido), é preciso não perder de vista os pleiteantes à Câmara dos Deputados, Senado, Assembleia Legislativa de Minas e ao Governo Estadual.

Faltam 14 meses para o pleito e a pré-campanha já está a todo o vapor, com candidatos mostrando suas ideias, propostas e ações de mandatos (no caso dos que querem a reeleição), em busca da consolidação de uma reputação positiva. Não estão errados. É o que sempre digo quando presto consultoria política: a trajetória de vida de cada um é fundamental para quem quer seguir a vida pública. 

Quem acha que faz campanha com 45 dias está muito enganado. A ficha política vem de anos. É preciso trabalhar históricos, vivências, percepções, atitudes, entre outros atributos, nessa caminhada antes do pedido de voto. Campanha mesmo é para reafirmar compromissos, divulgar o número e consolidar a votação.

Por isso, a corrida para 2022 segue em ritmo acelerado e quem quer disputar o pleito e ainda não se posicionou, já está atrasado. Quem está de olho na reeleição não perde a oportunidade de destacar suas ações. No entanto, aparecer apenas em momentos específicos é muito pouco para quem precisa de milhares de votos para se eleger no ano que vem. Ditado antigo, mas sempre atual, é que “o povo não é bobo e sabe quem o representa e quem faz de conta”. 

Por isso, falta a muitos, uma assessoria profissional para que o político, de fato, tenha um mandato aberto, de interação e proximidade com o eleitor. Quem acha que postar foto e vídeo em uma ou duas redes sociais é o suficiente, está enganado. É preciso estar ativo o tempo todo, participando do dia a dia das comunidades que representa. Pior ainda são aqueles que receberam votos em João Monlevade e região e só apareceram por agora, tendo ficado longe, desde que assumiram. A política se faz todos os dias e todos os dias é possível comunicar uma mensagem nova, que faça com o que o eleitor não esqueça o rosto, reconheça a postura e guarde bem o nome. Quem não é visto não é lembrado.  

E 2022 promete entrar para a história como um dos pleitos mais politizados dos últimos tempos. O país, os estados e as cidades estão divididos. Não há espaço para os que ficam “em cima do muro”. Também será difícil para quem prefere ponderar argumentos. O cenário político se converteu em um “Galo e Cruzeiro” de opiniões. Portanto, quem vai disputar as eleições, deve ter um posicionamento claro sobre sua preferência partidária e não se importar com as críticas que certamente virão de quem está do outro lado. Pode até ser que, até lá, surja uma terceira via para disputar contra a polarização entre Bolsonaro e Lula. Mas ela ainda não vingou e é incerta. 

Enquanto isso, as redes sociais se transformaram em um grande front de discussão entre grupos opostos. Mas nem sempre as discussões se fixam na troca de ideias, o que é péssimo para a boa política. Não são raras as vezes em que debates viram mera troca de insultos. É preciso olhar para frente, para o país e estado que queremos. E aos candidatos, que se apresentem logo como tal. 


(*) Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação

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