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Editorial
30 de Abril de 2021
Projetar o futuro e olhar o passado

João Monlevade completou, ontem (29), 57 anos de emancipação político-administrativa. Mas a sua história começou muito antes, em meados do século XIX, com a instalação da Fábrica de Ferro do francês Jean Antoine Félix Dissandes de Monlevade. É impossível dissociar a história do município do legado do francês precursor que, se não tivesse aqui aportado, a história seria outra. Tanto que o município só ganhou força e status, com a implantação da Usina, fundada em 31 de agosto de 1935, vinte e nove anos antes da emancipação, em 1964. 

É preciso, mais do que nunca, olhar para esse passado para projetar o futuro que queremos. É que, embora tenha sido constituído após a luta da comissão emancipadora, o município foi edificado com visão moderna e inspirado em modelos europeus. Isso, em virtude dos engenheiros que comandavam a Usina de Monlevade e deixaram o legado, ao construírem uma cidade em torno da siderúrgica. 

Não é exagero afirmar que João Monlevade foi fundada duas vezes: a primeira, com a chegada de Jean Monlevade a essas terras e montagem de sua fábrica e, a segunda, por Louis Ensch. Com seu pioneirismo, ele ergueu no Brasil, uma das mais modernas siderúrgicas da América Latina. Além da cidade em si, nos anos 1940, que atraiu milhares de trabalhadores de várias partes do estado e do país e recebeu vilas planejadas, escolas, as praças do Mercado e Cinema, clubes sociais, Hotel Cassino, Hospital Margaria e estádio de futebol. Sem dúvida, a cidade passou por uma revolução social, urbanística e cultural, sob o comando do engenheiro luxemburguês Louis Ensch.  

Hoje, diante dos 57 anos, Monlevade avança em diversas áreas, mas precisa se reencontrar com sua história para saber o que já teve e o que quer, daqui pra frente. O momento é de comemorar esse aniversário, sim, mas sobretudo, recuperar o espírito empreendedor que edificou essas terras. 

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