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20 de Abril de 2021
Prefeitura lança nota e nega prescrever tratamento precoce para coronavírus em Monlevade

Nota vai contra publicação de empresário e ex-provedor do hospital 

A Prefeitura de João Monlevade publicou na noite desta segunda-feira (19) uma nota negando a prescrição de medicamentos do tratamento precoce para pacientes com a Covid-19 que procuram a central de atendimento à doença, no bairro Belmonte.

 No comunicado, a Prefeitura disse manter “o total compromisso e comprometimento com a ‘ciência’, seguindo as orientações e protocolos de tratamentos aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde mundial e pelos órgãos controladores do país”. 
O texto argumenta que a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina (CRM) “não recomendam e não aprovam tratamento precoce ou do tipo ‘protocolos populacionais [contra a Covid-19]’'. Apesar disso, pontua o comunicado, o CFM permite que medicamentos sejam receitados “fora da bula”, desde que com pleno conhecimento do médico e do paciente. 

A Prefeitura atribui a queda do número de contaminações pelo coronavírus ao recolhimento à casa, ao distanciamento em ambientes coletivos e ao uso de máscaras e álcool em gel. 

O Executivo ainda cita os esforços de vacinação, investimentos no Hospital Margarida e distribuição de cestas básicas e kits-merenda a famílias carenciadas. O texto ainda lança uma sutil crítica aos defensores do tratamento precoce: “Ressalta-se também a participação de grande parte da população que vem seguindo as recomendações e orientações de pessoas responsáveis que se baseiam apenas na ciência, não usando da boa-fé e da saúde das pessoas para a politicagem a qual são hábeis”. 

Embora não o mencione nominalmente, o texto da administração municipal contradiz uma publicação do empresário e ex-provedor do Hospital Margarida Lucien Marques, que publicou no último sábado (17) em suas redes sociais que o coquetel estaria sendo indicado há quase trinta dias na central de atendimento, instalada na Secretaria de Saúde. Em sua postagem, Marques diz que “um grupo de formadores de opinião trabalhava para isso desde o início de fevereiro”, e “aposta” que haverá uma baixa nas internações de infectados pela Covid-19 na segunda quinzena de abril.

O empresário ainda reproduz o relato de um médico, do qual preservou a identidade, que diz que os atendimentos diários desceram dos 210 para menos de 60, e que, em uma semana, precisou internar apenas um paciente, quando antes admitia até quatro por dia. 

O A Notícia telefonou várias vezes para falar com Lucien Marques sobre o tema, mas ele não atendeu e nem retornou as ligações até a publicação desta matéria.

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