Desde 1984
Erivelton Braz  
23 de Fevereiro de 2024
A peso de ouro

Ninguém duvida de que o vice-prefeito de João Monlevade, Fabrício Lopes (Avante), é um dos grandes nomes do cenário político atual. Articulado e bem relacionado, ele herdou da mãe, a sempre simpática Helenita Lopes, a vocação política. Fabrício foi vereador, secretário municipal, coordenador de campanhas vitoriosas e vice-prefeito.
 Para essa última função, conseguiu a façanha inédita de, mesmo estando vice da prefeita Simone Carvalho, que queria a reeleição, organizou partidos e, se elegeu novamente como vice, mas dessa vez pelo grupo da oposição...
Com olhar atento, muita habilidade e sabedoria, apesar dos 40 anos, Fabrício ampliou sua força política e comanda entre oito e dez partidos na cidade. Esse grupo, apostam muitos, pode eleger a maioria dos vereadores nas eleições deste ano. Tanto que, pelo poderio e organização, 12 dos 15 atuais parlamentares devem integrar esses partidos, temendo perder a reeleição. 
E foi justamente por esse capital político e notória competência, que Fabrício tem chamado a atenção até da oposição. Nos bastidores, circula a informação de que até o ex-prefeito Carlos Moreira, atualmente inelegível, está de olho em Fabrício Lopes. Segundo fontes, Moreira estaria disposto a apoiá-lo a prefeito, se ele rompesse com o PT, do atual prefeito Dr. Laércio. Sem poder disputar as eleições, o objetivo seria a volta do moreirismo ao comando da cidade e, de quebra, tirar o PT do poder. 
A questão chave para isso, é que o governo em Monlevade não é apenas de Dr. Laércio e do PT. Justamente, porque Fabrício Lopes caminha lado a lado com o prefeito, ocupando um papel que nunca nenhum vice teve antes. Nem quando foi vice de Simone, esposa de Carlos Moreira, Fabrício teve espaço e prestígio. Hoje, ele é atuante no governo, comanda diretamente algumas secretarias, além de ser um forte elo entre o Executivo e o Legislativo. 
Com muito diálogo e sintonia, Laércio e Fabrício têm feito um dos melhores governos dos últimos anos. É o carisma e a liderança do prefeito, aliada à capacidade de articulação e destreza do vice, que têm dado esses resultados. O governo não é só de um. Por isso, tem a característica de ser plural e voltado para todas as camadas sociais. 
Sabedores das dificuldades de vencer a dupla no atual cenário, os olhos de outros grupos pensam em dividi-los. Moreira não é nenhum amador e teria proposto, inclusive, não apoiar outro candidato se Fabrício resolver se candidatar a prefeito, no mínimo, tendo Dr. Laércio como seu vice, invertendo a chapa. A questão é que o PT nacional quer ampliar o número de prefeitos no Brasil e dificilmente abriria mão de candidatura própria rumo à reeleição. 
Como não pode mais ser candidato a vice, cabe a Fabrício alguns caminhos: ou se candidatar a vereador, ou a prefeito ou não se candidatar, continuando como secretário e articulador da gestão, em eventual vitória de Dr. Laércio. 
 O que o vice vai escolher? Hoje, sua decisão vale peso de ouro! Será seduzido para disputar as eleições a prefeito com apoio de Moreira? E isso não seria a traição a quem lhe deu a mão? Ou ele, com a sabedoria política peculiar, guardará o tempo, que lhe é favorável e ampliará suas bases para eleições futuras? A eleição é em outubro, mas nos bastidores, já pega fogo. Por enquanto, Fabrício está na dele como manda o figurino. Mas sabe que sua escolha pesará, e muito, na definição dos próximos capítulos das eleições em Monlevade em 2024.  

 

(*) Erivelton Braz  é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação

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