Desde 1984
Marcos Martino
26 de Janeiro de 2024
“Jingle-se” quem puder

Uma campanha política é complexa e envolve uma série de ferramentas de comunicação. E, sem dúvidas, uma das peças mais importantes é o jingle oficial. Ele é a trilha sonora do candidato. Sou testemunha de jingles que quando caíram na praça, geraram um estado de euforia tão grande, que animaram as coligações até a vitória. Os jingles quando pegam, carregam uma campanha nas costas. 
Os mais experientes vão se lembrar da vassourinha do Jânio, um jingle que virou um hit. O “Lula Lá” também virou chicletes na boca do povo. Eu já vi jingles de todo jeito. Já vi uns interessantes, que continham o plano de governo inteiro. O público já sabia em que o candidato iria investir. Já vi outros que praticamente só tinham um refrão repetindo número, nome e slogan... 
Modestamente, tive oportunidade de fazer alguns jingles importantes e vencedores na região. Fiz o da primeira campanha do Dr. Laércio junto com Gentil. Vencedor. Fiz também do Gustavo Prandini, que foi eleito. Naquele mesmo ano, também fiz do Dr. Railton, que não foi eleito, mas que ficou muito bonito. Fiz depois para Dona Conceição e Dorinha, que acho muito bonito também. E, recentemente, fiz o jingle 'Dr. Certo', do Dr Laércio, novamente eleito. 
Na região, fiz o jingle do Nozinho, eleito deputado e para prefeito também. Já fiz para Fernando Rolla, eleito prefeito em São Domingos do Prata. Fiz para o Toninho Timbira em Santa Bárbara e depois para o Inhô. Esse jingle do Inhô foi histórico, um frevo que fazia a cidade dançar. Outro sucesso foi em Barão de Cocais, para o Dr. Jair e Djavan, um jingle Reggae, que fez história. 
O primeiro jingle que fiz na vida foi para o Dico Lavanca em Alvinópolis. O nome era “Alavanca do Progresso” e pegou. Também fiz para o ex-prefeito João Galo Índio. Na última campanha para governador, tive a oportunidade de fazer jingle para o senador Carlos Viana. Estou listando apenas alguns, mas já fiz para centenas de vereadores eleitos também. 
Ultimamente, houve uma diminuição de espaços para os jingles, com limitação dos carros de som. E houve o crescimento absurdo do marketing digital. Só que marketing digital sozinho não ganha eleição. Não dá para desprezar os see thrus, adesivos, sonorização, o corpo-a-corpo. O candidato que ficar apenas na mídia digital, corre riscos. E o jingle continua sendo uma peça muito importante.
O preço de um jingle depende da produção e qualidade. Porém, na internet, tem ofertas de jingles “miojo”, que o sujeito faz com 5 minutos, pois já tem peças prontas (templates). Mudam nome e número e pronto. Vendem. Esses jingles costumam sair por R$250,00 e podem custar até mais barato. A internet tem essas coisas... 
Resumo da ópera, se você não tiver dinheiro para investir, dá para contratar esses jingles de internet. Pelo menos, terá uma música para cumprir tabela. Agora, se você joga para ganhar, tem que ter produtos superiores. Você precisa de um jingle personalizado, planejado, com a sua cara... Mas vai ter de gastar mais um pouquinho. Afinal, ganhar eleições gastando pouco é tão raro quanto ganhar na Megasena. Quem quer jogar para ganhar, tem de pagar o preço e ter estrutura de vencedor.

 

 

(*) Marcos Martino é alvinopolense, ativista cultural e compositor

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