Dificilmente existirá um “monlevadense da gema”, nascido e criado na cidade e que possua mais de 60, 70 anos, que não traga límpidas e boas lembranças de um conjunto de pontos históricos do município que existiram nas proximidades da usina da então Companhia Siderúrgica Belgo Mineira e às margens do Rio Piracicaba.
Quantas saudades e emoções hão de carregar os contemporâneos das partidas de futebol na área em frente à Igreja São José Operário? Quanta emoção não terão ao se recordar do Grêmio Esportivo Monlevadense, do Clube União Operária, do Ideal Clube, do Cine Monlevade, da antiga Rádio Cultura, do Armazém do Geo, da Leiteria da Belgo, da Escola Central e de tudo o mais que a Praça Ayres Quaresma e a Praça do Mercado proporcionavam a todos os monlevadenses naqueles áureos tempos?
Entre todos esses monumentos que ficaram em nossas mentes e corações, alguns se foram e já não podem mais retornar ao nosso cotidiano, sequer para visitação, outros ainda estão aí, mesmo que moribundos, sobrevivendo através da boa vontade, do voluntarismo, do altruísmo e do amor incondicional dedicado a eles, como é o caso do tradicional e saudoso Clube Caça e Pesca, que nos remete a tantas emoções.
Fundado há 60 anos pelo então superintendente da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, Dr. Henry Meyers, mesmo protegido por declarações de utilidade pública através de leis estaduais e municipais, o clube, infelizmente, está em situação de abandono. Sim, estamos falando do atual Floresta Clube Dr. Henry Meyers.
Felizmente, um grupo de amigos, apaixonados pelo local e por sua história e importância para o município e região, resolveu arregaçar as mangas e batalhar por sua revitalização. Importantes passos já foram dados. Reuniões, visitas, registros, debates e discussões com autoridades competentes e com todos os envolvidos para que sua permanência e plena atividade sejam mantidos estão sendo feitos.
Além do lazer e do entretenimento que seu espaço pode levar às famílias, o Floresta Clube carrega consigo história, cultura, proteção ambiental, união, uma paz que ultrapassa as frondosas e imponentes árvores que vêm da Mata Atlântica que lhe circunda e uma alegria personificada pelos seus guardiões, os micos, quatis e demais animais que abriga. Diante de tudo isso, vem o meu convite e questionamento: Vamos revitalizar esse espaço tão precioso ou lamentar o seu fim? Venha conosco nessa luta!
(*) Wilson Bastieri é ex-vereador, ex-vice-prefeito, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e monlevadense apaixonado por suas raízes
