Desde 1984
Bárbara Santos
13 de Outubro de 2023
Futuro Sustentável

Na nossa era de desafios globais acelerados, a intrincada relação entre proteção ambiental, justiça social e desenvolvimento econômico, tornou-se uma preocupação fundamental. Alcançar o desenvolvimento sustentável, que harmoniza esses três elementos, não é apenas uma obrigação moral, mas também um imperativo para o bem-estar das gerações presentes e futuras. 
A base da sustentabilidade ambiental é o ponto central da nossa discussão. Sem um planeta saudável, qualquer aspiração por justiça social e desenvolvimento econômico permanece precária. Abordar questões ambientais como mudanças climáticas, desmatamento e perda de biodiversidade deve estar na vanguarda de nossos esforços. Esses desafios não são isolados; eles afetam mais profundamente as comunidades marginalizadas. 
Portanto, é nosso dever garantir que nossas políticas ambientais considerem as necessidades de todos, independentemente de seu status socioeconômico. Outro ponto é a redução da desigualdade, por meio da justiça social, o que implica acesso igual a oportunidades, recursos e benefícios dentro da sociedade. No contexto da sustentabilidade ambiental, significa garantir que os ônus e benefícios da proteção ambiental e do desenvolvimento sejam distribuídos de forma equitativa. 
Historicamente, as comunidades desfavorecidas suportaram o ônus da degradação ambiental, desde ar e água poluídos até a perda de meios de subsistência tradicionais. Para promover a justiça social, é essencial envolver essas comunidades nos processos de tomada de decisão. Políticas inclusivas, acesso à educação e saúde e apoio a meios de subsistência sustentáveis podem reduzir essa lacuna. 
Além disso, abordar o racismo ambiental, em que comunidades vulneráveis sofrem de forma desproporcional com os perigos ambientais, é uma obrigação moral na busca da justiça social. Importante olharmos para o desenvolvimento econômico como motor do progresso, é vital para melhorar os padrões de vida, reduzir a pobreza e aprimorar o bem-estar geral. No entanto, ele deve ser reimaginado dentro do contexto da sustentabilidade. O crescimento às custas do meio ambiente não é mais aceitável.
O desenvolvimento econômico sustentável incentiva a inovação verde, a energia renovável e o manejo responsável dos recursos. Alinha o crescimento econômico com a preservação ecológica, reconhecendo que o capital natural é finito. Empregos verdes e indústrias sustentáveis podem criar novas oportunidades minimizando danos ambientais. Uma visão Sinérgica da Sustentabilidade, busca alcançar o elo entre a proteção ambiental, justiça social e desenvolvimento econômico de uma forma holística. Legisladores, pesquisadores e a sociedade civil devem colaborar para projetar e implementar soluções que reconheçam a interconexão desses domínios. 
A exemplo, o investimento em energia limpa pode criar empregos, reduzir a poluição e melhorar o acesso à energia para comunidades marginalizadas. A restauração de ecossistemas pode fortalecer a biodiversidade, fornecer água limpa e apoiar a agricultura sustentável. 
Dessa forma, podemos destacar algumas recomendações de Políticas, como: 
• Governança Inclusiva: fomentar processos de tomada de decisão inclusivos que envolvam comunidades marginalizadas na formulação de políticas ambientais e de desenvolvimento.
• Inovação Verde: apoiar pesquisa e desenvolvimento em tecnologias verdes, promovendo o crescimento econômico sustentável. 
• Educação Ambiental: integrar a educação ambiental nos currículos para conscientizar e capacitar as futuras gerações. 
• Quadros Regulatórios: estabelecer regulamentações sólidas que incentivem práticas sustentáveis e penalizem danos ambientais. 
• Cooperação Internacional: colaborar em questões ambientais globais, reconhecendo que a sustentabilidade não conhece fronteiras. 
Na busca por um futuro sustentável, devemos reconhecer a interligação entre proteção ambiental, justiça social e desenvolvimento econômico. Esses pilares não estão em conflito; eles se reforçam mutuamente. A degradação ambiental agrava as desigualdades sociais e prejudica o progresso econômico. Por outro lado, um desenvolvimento inclusivo que respeite os limites ambientais pode levar a um mundo mais justo e próspero.

 

(*) Bárbara Santos é natural de Bela Vista de Minas e assessora parlamentar na Câmara dos Deputados  

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