Desde 1984
Delci Couto
25 de Agosto de 2023
Ideário das Cidades Inteligentes

Vivemos a uma distância quilométrica entre a cidade que temos e a cidade que queremos! E a pergunta é: onde estamos?  Qual é o ponto de partida e qual o ponto de chegada? Para onde devemos ir? Os pilares das cidades inteligentes são construídos em conjunto, na discussão e no consenso, frutos da interação inteligente, nem sempre harmoniosa, entre os agentes da inovação. 
Tais elementos devem ser construídos a quatro mãos: poder público, empresas (setor privado), universidades (escolas) e a sua população e não apenas por mão única, o poder público. “A cidade será tão inteligente quanto for a sua população”. Interação entre os agentes, à princípio com visões diferentes, porém, congruentes por objetivos e interesses comuns: cidade empreendedora, crescimento econômico com sustentabilidade e visão de médio e de longo prazo.
Tudo isso, refletindo positivamente na qualidade de vida dos seus cidadãos e foco no social: “o maior programa social de uma cidade é o seu crescimento econômico”. “Cidade Inteligente” não é um “programa de governo”, e sim um “projeto de estado”. Não é simplesmente usar “lâmpadas de leads” nas ruas ou wifi nas praças! É um processo inteligente, discutido e construído em conjunto com os agentes da inovação, suportado pela alta tecnologia, pela inteligência artificial e com “resultado”, obrigatoriamente, revertido em benefício de sua população. E Monlevade caminha nesta direção?  

Agenda Viva da Acimon
O conteúdo da “Agenda Viva”, um plano de Metas para João Monlevade, contempla parte e está no caminho certo do ideário das Cidades Inteligentes! Merece aplausos! O “diagnóstico” situacional apurado neste trabalho é digno de louvor e “peço licença” à Acimon para divulgá-lo na íntegra. “O futuro desejado para João Monlevade depende de ações e de decisões tomadas no seu presente e que envolvem as mudanças necessárias, elaboradas a partir do estudo da realidade observada e capazes de quebrar resistências a ideias inovadoras. Assim, para que esse desenvolvimento aconteça, é necessário identificar, reconhecer e valorizar os ativos locais, saber aproveitar e desenvolver as potencialidades, as vocações, as oportunidades e as vantagens comparativas e competitivas da região”. 
 João Monlevade, diagnostica este brilhante trabalho que “a visão de futuro ainda é um sonho, uma realidade que ainda não existe, mas que deve espelhar, orientar e estimular as mais legítimas aspirações e ações da organização”. Na percepção da Acimon e em sintonia com o meu entendimento, a “visão de futuro” para   nossa cidade ainda é um sonho, “uma realidade” que ainda não existe. E, se não existe, deve ser criada, seguindo o caminho, a plataforma, o ideário das cidades inteligentes!

Plano Diretor 
Importante e principal instrumento de planejamento de longo prazo de uma cidade, deve ser utilizado como fonte para elaboração do Plano Plurianual, da Lei das Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual. Torna-se plausível e salutar que este Plano, política de estado, e não de governo, seja elaborado em conjunto com os demais segmentos da sociedade. Nunca por mão única, mas com a efetiva participação dos agentes da inovação: setor público, empresas, universidades e a sua população. Na elaboração do nosso Plano Diretor, no início deste século 21, tudo indica que ele tenha sido elaborado por mão única, porém, esta distorção foi corrigida neste ano em curso, com a efetiva participação dos agentes da inovação na revisão e reformulação do nosso Plano Diretor. 

Lei Orgânica Municipal
Representa a “Carta Constitutiva”, principal Lei do município. Elaborada e outorgada pelo Legislativo Municipal nos anos noventa, possivelmente por “mão única”, seria de bom alvitre que a Câmara Municipal, por iniciativa própria, à exemplo do Executivo Municipal, promovesse a revisão total da nossa Lei Orgânica, adequando-a à realidade atual, com a efetiva participação dos agentes da inovação. Dessa forma, juntos, possamos identificar a cidade que temos e construirmos os pilares da cidade que queremos... Pressuposto básico para o seu ingresso no ideário das cidades inteligentes! Monlevade pode ser muito melhor!

 

(*) Delci Couto – Livre pensador, Lider LICI, Contador, Consultor Empresarial e da Câmara de Bela Vista de Minas.

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