Desde 1984
Erivelton Braz
28 de Julho de 2023
E a oposição?

O cientista político Alberto Carlos Almeida, um dos grandes analistas do Brasil, afirma que a correnteza da opinião pública, de modo geral, determinada no ano anterior a cada eleição, definirá o vencedor da vez: “a situação do país tem um impacto, e então haverá o candidato que melhor se adequa àquele estado da opinião pública”. Ele fala das eleições nacionais, mas a máxima vale para as eleições municipais e aos cargos executivos em geral.
Resumindo: quem lidera a opinião pública no ano anterior tem grande chance de levar. Claro que há variações e política não é matemática onde nem sempre dois mais dois são quatro. 
Mas chama a atenção a observação de que eleição pode ser vencida com bom trabalho, manutenção da imagem, interação e diálogo com o povo, além de apresentar ações que surtem efeitos. 
Sempre falo que quem é eleito não deve viver apagando incêndios. 
Tem que ter planejamento, gestão e fazer a máquina pública funcionar com o mínimo de erros e máximo de efeitos para a população. Esse é o papel do homem público eleito. O resto é politicagem e palanque, que não dão resultados. 
Aliás, citando o mesmo Alberto Carlos Almeida, “governo governa e oposição faz oposição”. Esse é o jogo da política. “Enquanto o governo trabalha a oposição fica quatro anos dizendo para o eleitor: sou oposição, o governo é ruim, vote em mim. Só assim tem chance de ganhar”, afirma o cientista político.
E falando em oposição, como ela anda em Monlevade? Existe um grupo, ou melhor, um nome claro e definido para cumprir esse papel?  Será que a direita que se uniu para “derrotar Lula” no segundo turno, virando o jogo na única cidade governada pelo PT na região, vai se unir também contra Laércio Ribeiro? 
Será que eles compreendem o cenário da disputa que está por vir? Pelos perfis de cada um, não acredito que sejam capazes de conversarem e se entenderam para definir quem será o candidato. Aliás, essa história de grupão nunca deu certo por aqui. A não ser que a história mude dessa vez. Do contrário, se racharem e se dividirem em mais dois ou três grupos, facilitará muito para o atual prefeito vencer a reeleição. Laércio está bem avaliado, mas não pode deixar a peteca cair, acertando os pontos falhos da sua gestão. Mas no balanço das horas, tudo pode mudar. 
Eleição se vence com o cérebro. Quem usa o coração é militante e torcida de futebol. Os dados estão rolando e os nomes que estiverem em evidência, até o fim deste ano, têm mais chance de vitória. Além do prefeito Laércio, que aparece naturalmente, quem vai surgir para mostrar o que pensa e o que quer para a cidade, com uma estratégia de comunicação forte junto ao eleitorado? Eis o desafio de quem quer ter chance de vitória em 2024. 

 

(*) Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação

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