Desde 1984
Geraldo Eustáquio Ferreira
28 de Abril de 2023
Tributo a João Monlevade

Ao ensejo da comemoração do aniversário da emancipação política de nossa cidade, apraz-me apresentar aos leitores do A Notícia, uma composição poético-laudatória à cidade de João Monlevade, composta lá pelos anos oitenta, quando não tínhamos ainda o Hino Municipal de João Monlevade. 
 Naquela época, professor de Literatura no Centec, aceitei convite do Maestro Hélio Alves, da Banda Guarani, para dar alma poética a uma bela marcha de sua autoria, que a Banda executava nas festas cívicas, ao lado do Hino Nacional, no hasteamento das bandeiras. Como era de se esperar, desprovida de validação oficial, o texto foi executado pouquíssimas vezes e caiu no esquecimento. Resgato hoje aqui seu teor, como fragmento da história de nossa cidade, principalmente porque a letra intertextualiza elementos do Hino Histórico de nossa cidade, composto por Mozart Bicalho, executado pelas gerações que cursaram nossas escolas nos anos quarenta e cinquenta.
Destarte, além de tributar singela homenagem ao nosso município, resgato valores históricos e culturais de nossa municipalidade, marcada pela participação e criatividade de poetas e músicos da cidade, que têm produzido tão belos poemas e canções sobre a cidade, como o nosso Hino Municipal, oficializado nos anos noventa pelo Prefeito Germim Loureiro, consagrando bela melodia e letra da professora Rita de Cássia de Abreu e Silva. Confira: 

 

Entre palmas de alegria,
Nossas vozes a vibrar,
Monlevade, tua história,
Tua glória vão cantar.
Desfraldando tua Bandeira
Com orgulho varonil,
És em Minas a alavanca
Do progresso do Brasil!

Refrão
Numa face és Monlevade,
Noutra face és Carneirinhos:
Um só coração, um só ideal,
És nosso torrão natal!
O pioneiro Monlevade,
Engenheiro modelar,
Na Fazenda fez história,
Em teu solo fez seu lar.
Resgatando esse passado
Com coragem e destemor,
Tuas forjas forjam a raça
Deste povo trabalhador!

Contemplou-te a natureza
Com tão ricos minerais,
E nossa siderurgia
É o orgulho das Gerais!
A campestre Carneirinhos
Acolheu teu lar civil,
Deu-te corpo, ó peito de aço,
Em verde espaço, torrão gentil!

Hoje és centro irradiante
De uma microrregião.
Tens Comarca e Faculdades,
Tens Cultura e Tradição.
Olhos postos no passado,
Passos certos ao porvir,
A grandeza desse povo
Nossas vozes vêm traduzir!

 

(*) Geraldo Eustáquio Ferreira, o Dadinho, é professor e escritor

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