Desde 1984
Marcos Martino
11 de Novembro de 2022
BR-381: razões para ficarmos otimistas

Escrevo sobre a 381 desde 2006. Desde então, foram centenas de publicações. Nem preciso falar da minha indignação, por tantas promessas, tantos prazos quebrados, tantas audiências públicas, tanta falta de empatia com a nossa região e com as vidas humanas ceifadas todos os anos. E sempre cobrei dos governos, das indústrias instaladas na região que utilizam a rodovia para escoar sua produção, dos municípios no trajeto. A duplicação segue devagar quase parando, impondo aos que trafegam, seguidos congestionamentos devido ao número de acidentes e paralisações de toda monta. Convenhamos: pouco é feito para melhorar sinalização, para educar, informar, fiscalizar e punir os infratores, mas... recentemente tem acontecido algumas coisas positivas. 

 

A Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi), em ação conjunta com Associações Comerciais de cidades da região, começou a fazer campanhas de conscientização e a pressionar os órgãos competentes e conseguiram algo concreto: o recapeamento de toda a pista de rolamento entre Belo Horizonte e São Gonçalo do Rio Abaixo.

 

Com a articulação do Fernando Rolla, atual presidente da Amepi e prefeito de São Domingos do Prata, os representantes das entidades tiveram encontros com o governador Romeu Zema (Novo): um na sede da Federação das Associações Comerciais, Industriais, Agropecuárias e de Serviços do Estado de Minas Gerais (Federaminas), um na cidade administrativa e outro em visita do chefe do Estado à Amepi, o que não ocorria há anos. 

 

O coordenador do Plano Regional de Desenvolvimento do Médio Piracicaba e diretor da Associação Comercial de Itabira (Acita), Eugênio Muller, também tem sido uma liderança importante para este fim e o desenvolvimento da região. Creio que ele também compreende que a 381, do jeito que está, é um tremendo 'rolhão', uma espécie de infarto no tráfego que precisa de um cateterismo, de um desentupimento, para que o corredor da morte se transforme num corredor de desenvolvimento. Perdoem a minha metáfora pobre. Mas é assim que vejo. 

 

Mais uma vez, reafirmo que vejo como muito positivo esse levante da região. Essa disposição das instituições regionais em agir conjuntamente pelos objetivos comuns. Somando esforços, todos saem vencedores. E sobre a 381, tomara que continuem resilientes. Inclusive, já que o presidente eleito Lula (PT) prometeu tão enfaticamente, em palanque, que vai terminar a duplicação da 381, a hora de cobrar é desde já. 

 

A Amepi já começa a articular uma visita de uma comitiva ao presidente que toma posse em janeiro para cobrar a efetiva duplicação da rodovia. Os prefeitos concordaram e vão definir a melhor data para esse encontro. Mas não basta apenas a visita. Sugiro que também seja cobrado o monitoramento de obras, a comunicação, a fiscalização, a punição, a educação e a civilização para os usuários. Precisamos mais do que nunca dessa duplicação. As ações nos deixam esperançosos e otimistas. E assim, vamos ficar porque há razões.

 

E parabéns ao Fernando Rolla pela gestão. Há muitos anos que a Amepi não tinha tanto protagonismo, cumprindo seu papel essencial de agência de desenvolvimento e catalizadora dos interesses regionais.

 

Marcos Martino é alvinopolense, compositor e ativista cultural

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