Desde 1984
Erivelton Braz
26 de Novembro de 2021
Monlevade, capital do fio máquina

Minha cidade amada, vai passar por uma grande transformação nos próximos anos, com os investimentos bilionários da ArcelorMittal na Usina de Monlevade. O anúncio do grupo siderúrgico mundial, de praticamente dobrar a capacidade de produção da unidade, sentencia a vocação do município para a fabricação do aço. 

Com o aporte de R$2,5 bilhões, a Usina de Monlevade se eleva como uma das mais importantes do Brasil e se destaca no grupo gigante internacional. Como disse o amigo engenheiro Joaquim Costa que trabalha na unidade: “Se Paris é “la Ville Lumière” (cidade das luzes); Se New York é “the city of dreams” (cidade dos sonhos), se Rio de Janeiro é a cidade maravilhosa e BH, a Cidade Jardim… Monlevade pode ser a Capital Mundial do Fio-Máquina. Ou seja, ser reconhecida internacionalmente pelo principal produto produzido aqui. É exatamente o que penso.

É preciso mostrar que o fio máquina vai além das bobinas que lotam carretas, saindo daqui, para todo o Brasil. Não é só falar e mostrar que o fio máquina está nos pneus e que só Monlevade produz no país; que é a matéria-prima para outros produtos de aço, tais como arames, lã de aço, fixadores, eletrodos de solda MIG e que ainda é aplicado na agropecuária, na construção civil, na eletrificação, molas e hastes de amortecedores, entre tantas aplicações... Mais que isso: agora, o fio máquina é condutor da esperança de um novo tempo para a cidade. É o sonho de uma nova cidade, mais pão nas mesas, mais infraestrutura, recursos e oportunidades novas para todos. 

Está na hora de um grande projeto de construção da identidade local, do pertencimento, do ser monlevadense, passando pela história de pioneirismo e legado deixado por Jean Antoine Félix Dissandes de Monlevade, Gaston Barbançon, Louis Ensch e tantos outros que edificaram a usina e essa cidade. Assim, não só o poder público, mas também o privado, precisa valorizar essa memória para que a identidade se efetive.  

Pela segunda vez em menos de cem anos, João Monlevade passará por uma grande transformação e precisa estar pronta para isso. Não só nas áreas financeiras, com aumento de arrecadação e receita, mas também nas áreas sociais e de desenvolvimento humano. Está na hora de Monlevade melhorar seu abastecimento de água, a mobilidade urbana, a educação. A cidade precisa se tornar o home e o office de quem vier aqui trabalhar e produzir. Tem que ter comunicação efetiva, pulsante, ideias inovadoras e projetos, projetos e projetos. 

Eu sempre fui um otimista por acreditar que a fé significa acreditar naquilo que não se vê. E agora estamos prestes a vivenciar um tempo melhor e de grandes mudanças. Enquanto Itabira se prepara para o futuro pós-mineração, João Monlevade recebe a notícia de um novo ciclo para a siderurgia na cidade. O momento pede comemoração e projetos à altura para que o município não deixe passar a chance para se estabelecer como uma das mais prósperas do país. 

Mas e aí? Será que a cidade está pronta para tamanho desenvolvimento que surge no horizonte? Será que as lideranças entenderam do que se tratam esses investimentos? Os políticos, os empresários e a comunidade precisam abraçar, não só os recursos que chegarão, mas a ideia de consolidação de uma nova cidade para o futuro que já começou. Vem aí, uma nova Monlevade. E que estejamos prontos para ela! 


(*) Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação

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