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Editorial
09 de Abril de 2021
Seis mil casos um ano depois

Um ano após registrar o primeiro caso de coronavírus no município, João Monlevade tem um saldo terrível em relação à doença: 6.098 anotações da Covid-19, 144 pessoas falecidas e outras sete mortes em investigação, podendo ultrapassar 150 óbitos causados pela doença.

Além das vidas ceifadas, há outros fatores que tornam a situação ainda mais dramática, como a lotação do Hospital Margarida, com o CTI trabalhando bem acima da capacidade e médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas esgotados. A situação é crítica e de desespero. Não é alarmismo, catastrofismo ou sensacionalismo de jornal. É a realidade. 

Muitas pessoas que não usam máscaras, que participam de aglomerações ou que minimizam a pandemia, não sabem o que se passa dentro de uma casa de saúde, com pacientes buscando desesperadamente o ar para sobreviver. Quem não cumpre as regras para evitar a transmissão do vírus mortal, desrespeita a dor das centenas de pessoas que perderam entes queridos, em questão de semanas em João Monlevade. Enterrar um pai, uma mãe, um amigo ou um irmão sem sequer direito a velório e a uma despedida digna é uma dor sem tamanho. Não se pode sequer ver o corpo pela última vez antes do funeral.

E se é dolorido para as famílias, é também para as vítimas, que estão morrendo em isolamento hospitalar, sem família ou amigos por perto. Isso, porque as visitas são proibidas uma vez que o risco de contágio é muito alto.

Não é mais questão de fechar ou abrir comércio. Nem é momento de debater o que é ou não essencial. Todas as atividades são importantes e fundamentais para a sociedade. Mas a questão agora é evitar mais mortes. É preciso lutar por vacinas para todos. Sem elas, será difícil parar a contaminação para a economia voltar a crescer. 

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