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Marcos Martino
22 de Janeiro de 2021
A Amepi e as cidades inteligentes

(*) Marcos Martino


As cidades espelham seus moradores, sua educação, sua cultura, as vocações de sua gente. Se o povo é bem informado e bem formado, parece óbvio que optará pelo desenvolvimento e evolução. Mas uma cidade inteligente não se faz apenas com progresso, indústria e comércio pujantes. As 'smart cities' pressupõem equilíbrio. 

O número de cidades inteligentes vem crescendo em todo o planeta. Todas tem como norte o bem estar sustentável, alicerçado numa arquitetura que harmoniza beleza e praticidade, cuidado com o meio ambiente, tecnologia para conectar tudo e monitorar condições de saúde, abastecimento, transporte, segurança e inclusão social. Para tanto é obvio que não se pode prescindir da Inteligência artificial, ferramenta fundamental para gerir as cidades de forma eficiente. Já existem também iniciativas no sentido de construir REDES de cidades inteligentes. 

Aí me lembrei da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi). É uma instituição criada com o intuito de integrar e fomentar o desenvolvimento da região do Médio Piracicaba. Mas...não estaria na hora da instituição dar um salto para o futuro (ou para o presente)? Imaginem implantar a Inteligência Artificial (IA) na AMEPI, conectar as cidades, mapear as potencialidades, as demandas de saneamento, racionalizando o uso do solo, propondo ações equilibradas, transformando a região num pólo de desenvolvimento sustentável, próspero e humanizado, unindo corações e mentes num mesmo propósito. Sonhar é bom né? Mas fazer é muito melhor. 

Olha aí, presidente Fernando Rolla. A bola está com vc! Quem quiser se aprofundar um pouco mais, pesquise no google a cidade sul-coreana de Songdo. Seus edifícios conectados permitem monitoramento da energia e alarmes de incêndio, gerando economia e ações preventivas. Eles têm um sistema que permite que os resíduos jogados em todos os apartamentos sigam direto para a central de coleta de lixo, onde são re-utitilizados na usina de produção de energia. Tudo é otimizado. 

Na Arábia o príncipe Mohammed bin Salman vai além e já está construindo uma rede de cidades inteligentes. Chamado “The Line”, o programa de comunidades hiper-conectadas faz parte do audacioso projeto NEOM. “Essas cidades inteligentes não terão estradas ou carros. O trânsito será ultra-rápido, com veículos autônomos e um fluxo urbano que garantirá atendimentos básicos, como escolas e clínicas médicas, em uma distância de no máximo 5 minutos de caminhada. E tem outra...uma viagem dentro da comunidade não vai durar mais que 20 minutos”, diz reportagem a respeito. 

Aí a gente volta pra nossa realidade e lembra que temos aqui perto a BR-381, onde uma viagem de 100KM costuma durar 5h, isso quando a gente não morre no meio do caminho... Precisamos nos livrar desse estigma de país caótico de terceiro mundo. Vamos revolucionar? Não cabem mais “cidades burras”, de prefeitos, políticos, empresários, trabalhadores e povo atrasados e sem perspectivas. Muito por se fazer, minha gente! Vamos nessa, AMEPI?


(*) Marcos Martino é compositor e ativista cultural

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