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Editorial
07 de Agosto de 2020
Uma bomba chamada Covid

Uma das tragédias da história recente da humanidade, a explosão da bomba de Hiroshima, completou 75 anos ontem (6). Esse, que foi o primeiro registro de uso de um armamento nuclear contra seres humanos, matou cerca de 90 mil pessoas, fora a radiação que exterminaria milhares de pessoas meses e anos depois. 

O Brasil, lamentavelmente, registra um número maior de mortes, cerca de 97 mil e deve ultrapassar as 100 mil vítimas neste fim de semana, provocadas pelo coronavírus. 

O inimigo invisível que já matou 19 pessoas na região, duas somente nesta semana, está em todas as cidades do Médio Piracicaba. Não é hora de facilitar ou relaxar. É tempo de cuidados, de atenção, do uso de máscaras e de lavagem frequente das mãos. 

Em João Monlevade, em uma semana, os casos novos aumentaram de 570 para 680. São 110 novos doentes em apenas sete dias. O número é alto e deve ser considerado, apesar da cidade ter registrado apenas uma morte até o momento. Mas não é a morte que deve assustar. É a possibilidade dela, diante de uma batalha sem trégua à vista, que aterroriza. 

Afinal, até quando vamos viver essa pandemia? Até quando cada dia pode ser o último e cada despedida um adeus definitivo? Escolas estão fechadas e não devem reabrir, segundo estimativas. Academias, bares, festas e eventos estão suspensos. Até quando? E outra: não dá para fingir que nada está acontecendo. São 100 mil mortes no país. É como se a população de uma cidade inteira desaparecesse do mapa para sempre. 

Por isso, cada um deve fazer e fazer bem, a sua parte. Não dá para facilitar. As vidas ceifadas pela Covid não vieram de uma explosão, mas de um outro inimigo, bem mais silencioso, mas tão perigoso.

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