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Editorial
31 de Julho de 2020
E depois do vírus?

Como um trem em alta velocidade, o coronavírus passa sobre 2020 atropelando sem piedade metas e planejamentos. Além das mortes e do pânico generalizado, a pandemia trouxe também uma inédita quebradeira financeira, considerada a maior desde a Quinta-Feira Negra de 1929, que gerou a Grande Depressão. Mundo afora, centenas de milhares de empresas foram à falência, deixando dezenas de milhões de trabalhadores na fila do desemprego. 

João Monlevade e o Médio Piracicaba não são exceções à bancarrota internacional. Apesar de o minério de ferro, o aço e a agropecuária sempre serem demandadas, seus preços devem sofrer fortes abalos por conta da depressão de outros setores. Isso irá afetar diretamente a economia dos municípios, minguando a arrecadação de impostos e empobrecendo o comércio, responsável por parte considerável dos empregos em nossa cidade. O futuro não se mostra luminoso, com mais portas sendo baixadas e mais placas de “aluga-se”. 

O Governo Federal enviou bilhões de reais em ajudas a estados e municípios, liberou o auxílio-emergencial para quem perdeu renda e permitiu que a União assumisse parte da folha de pagamento de empresas em dificuldade para evitar demissões. No entanto, a ajuda vai acabar. E depois? 

É preciso encontrar um caminho para a retomada da economia com responsabilidade e compromisso com a saúde. A pandemia não é culpa de ninguém, é verdade. E é uma lastima a situação em que nosso país, nosso estado e nossa cidade se encontram. Porém há exemplos de como superar esse momento. Itália e Portugal, por exemplo, venceram a Covid-19 em cerca de três meses. E por que aqui está sendo tão diferente? Talvez seja a falta de empatia, de pensamento coletivo e solidário. Se nada for feito, no fim das contas, não vamos salvar as pessoas e nem a economia.  

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