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Editorial
29 de Maio de 2020
Ainda mais invisível

Se a situação já era grave, agora, está mais preocupante: o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais, Dario Ramalho, admitiu que há subnotificação em Minas Gerais em relação ao coronavírus. Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (26), Ramalho disse que a estimativa com a qual o governo trabalha é de um caso confirmado para cada 10 casos assintomáticos no estado. Nesta lógica, cidades como João Monlevade, que tem 55 casos, pode ter até 550 notificações positivas. É assustador.

Os testes são fundamentais para ajudar a identificar onde estão esses casos e providenciar os tratamentos. A Vale é a empresa pioneira na região a testar seus funcionários em massa, independentemente de sintomas. Outras grandes empresas, como a ArcelorMittal, têm seguido definições dos órgãos de saúde e testado funcionários com sintomas da doença. A Prefeitura também testa servidores da saúde, mas os que apresentam sintomas. No total de 80 mil habitantes, a rede pública testou cerca de 150 pessoas. É quase nada. 

Já foi divulgado que o Brasil é um dos países que menos testam no mundo, embora tenha se tornado o epicentro da pandemia na América Latina. Se o inimigo é invisível, fica ainda mais difícil trata-lo sem os testes que o identificam. Além da dificuldade para se obter testes em massa, muitas pessoas podem ter a doença, mas só apresentam sintomas muito leves e nem procuram serviço médico.

Enquanto não é encontrada uma vacina contra a doença, cada um precisa continuar fazendo a sua parte: isolamento social, uso de máscaras, lavar as mãos constantemente, utilizar álcool em gel e não sair de casa sem necessidade. 

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