Desde 1984
Gabriela Gomes
28 de Fevereiro de 2020
Nota de 3

Por onde anda o valor real das coisas e das pessoas? Por onde anda o sentido verdadeiro, vivo, cheio de graça e de cor?

No trabalho, na família, na sociedade, os valores parecem estar maquiados dentro de padrões e estereótipos. A essência está camuflada, por medo de repressão ou de rejeição.

Os moldes são pré-definidos pelos mais “poderosos” e resta ao resto seguir como numa linha de montagem.  

Os padrões foram potencializados através da redes sociais onde tudo é glamuroso, lindo e perfeito.Gliter, purpurina, o look da moda, o cabelo e o corpo modelo. 

Mas as pessoas nem sempre foram assim, e muitas ainda não são. E nunca serão. Algumas preferem vestir diariamente a camisa de si mesmas, e em todos os lugares, virtuais ou presenciais, levantarem suas próprias bandeiras. 

As pessoas se cumprimentavam com abraços verdadeiros, com olho no olho. Conversaram a noite toda sobre assuntos diversos, mesmo que as opiniões fossem opostas, a discussão fluía com respeito e aprendizado mútuo. 

Hoje, nos debates virtuais, os ânimos se exaltam com mais calor, as ofensas são duras e por vezes cruéis, os julgamentos ocorrem o tempo todo, e por todos, de todos os lados.

Enquanto isso, os que assistem as vitimas sendo condenadas e se identificam com elas, escondem as suas verdades, seu ponto de vista, sua importante opinião, por medo e precaução. A verdade se cala, por imposição.

Há um limite para a exposição? Há um limite para o julgamento? Há um limite para a verdade? Ainda não inventaram uma nota de 3, mas há quem diga que já viu. Como desmentir? 

O respeito deveria ser uma balança para toda a sociedade. O que o outro pensa ou faz lhe pertence e cabe apenas a ele responder por seus atos e escolhas. 

Os outros são os outros, com suas outras escolhas e suas prioridades. Não existe um padrão a seguir visto que cada um escolhe o seu caminho. Cada um escolhe o seu partido, a sua cor de cabelo, a sua religião. 

Cada um pode e deve escolher as pedras que tira ou coloca na sua estrada, e aos demais só cabe o respeito. Obviamente vivemos em um sociedade e a opinião alheia é inevitável, mas ela não pode ferir ou denegrir o outro, apenas por ele pensar diferente. 

Vamos acreditar que aos poucos isso pode melhorar, o bom senso pode dar o ar da graça e a aceitação pode ser a próxima moda da vez. Quem sabe essa moda pega. Enquanto isso, você tem troco para a nota de 3?


 Gabriela Gomes é publicitária

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