Desde 1984
Erivelton Braz
31 de Janeiro de 2020
Fake News fazem mal
Uma foto de um acidente grave e um texto sobre a morte do meu amigo fotógrafo Marley Melo na BR-381, espalharam tristeza e comoção em João Monlevade no início da semana. Rapidamente, diversas pessoas entraram em contato noticiando o episódio e querendo saber da veracidade. Grupos de WhatsApp não paravam de reproduzir e postagens foram feitas nas redes sociais.Tratei logo de confirmar os fatos e iniciei uma saga pelas fontes oficiais. Consegui falar com o irmão dele, o também amigo Tenente Giovani, da Polícia Militar, que desmentiu. O fotógrafo participava de um curso em BH e seu telefone estava desligado. A Notícia foi o primeiro órgão de imprensa a desmentir o boato, cumprindo bem o que se espera da imprensa: verificar o fato antes de noticiar. Afinal, o jornalismo leva luz, não dúvidas e se tornou fundamental na luta contra as Fake News. As notícias falsas espalhadas só servem para confundir e levar terror e mentiras. “A informação falsa parece mais saborosa', afirma o professor Sinan Aral, da escola de negócios do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ele é uma das principais referências internacionais no estudo das fake News e afirmou em entrevista publicada pelo Estadão que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as notícias verdadeiras, principalmente, aquelas sobre a política.Com a possiblidade de criar um grupo de 256 pessoas e compartilhar todo tipo de informação, a plataforma é tremendamente poderosa para espalhar notícias falsas e foi amplamente usada nas eleições de 2018. Em janeiro deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu deixar bem claro: não pode usar a ferramenta nas eleições 2020. No entanto, é muito difícil barrar o envio das mensagens com a Justiça. O eleitor vai precisar ficar atento sobre o que recebe na tela do seu celular e desconfiar do teor das mensagens. “Não creia em tudo o que lê”, ensina o poeta Arnaldo Antunes. O antídoto contra as Fake News é um só: o senso crítico. Para tanto, é preciso conferir a origem e o autor das mensagens, não ler só o título, verificar se o site ou fonte são conhecidos e têm reputação, observar se o texto contém erros ortográficos, verificar a data de publicação. Além disso, é preciso tomar cuidado com o sensacionalismo e sair da “bolha das redes sociais”, buscando outras fontes. Afinal, as mensagens podem chegar muito distorcidas sobre o que está acontecendo e você servir de massa de manobra. Fique atento. As Fake News só fazem mal.

() Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação
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