Desde 1984
Erivelton Braz
17 de Janeiro de 2020
Como qualquer outro
“O maior erro de um presidente da República, em nosso sistema de governo, está em considerar-se dono do país e de seus habitantes. Esquece-se de que é um servidor – um servente, que ajuda no trabalho como os outros e, até mais tolhido e desamparado do que os outros, em seu período limitado de exercício e na imensidão de obrigações que deviam assustá-lo em vez de enchê-lo de arrogância. É preciso muita lucidez, muita polícia íntima, para que o presidente se ponha no seu lugar, aparentemente mais alto de todos e, no sentido moral, tão frágil e escravizado à lei quanto a de um mata-mosquito”. Carlos Drummond de Andrade, “Hora de provar”, 1964.
Passados 56 anos, o texto de Drummond segue atual e legítimo, mostrando que presidente, governador e prefeito, estão no cargo, antes de tudo, para servir ao povo que os escolheu para comandar o destino do país, do estado ou da cidade. Os interesses de quem se candidata não pode ser o da defesa de ideologias de grupos ou de partidos. Afinal, o que está em jogo, é o futuro do local e, mais importante ainda, o das pessoas a quem se governa.
Candidatar-se para servir deveria ser o lema de todos os que almejam chegar ao poder. Escolhidos pelo povo, ele ou ela, precisa ter tatuado em sua mente e no seu coração que não são os interesses próprios que devem reinar, mas o de toda a coletividade. Governar para poucos é um dos maiores vícios e que precisa ser extirpado da política brasileira.

() ERivelton bRaz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação
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