Desde 1984
Márcio Passos
06 de Dezembro de 2019
Quem Monlevade vai eleger em 2020?
Desde o ano passado venho pensando em nomes que poderiam concorrer ao cargo de prefeito de João Monlevade no ano que vem, que agregassem valor e apoio, criando reais condições de oferecer ao município uma oportunidade diferenciada de gestão pública neste difícil momento econômico e prefeituras com máquina administrativa inflada com compromissos políticos demais e resultados de menos.
Percebi o quanto é difícil encontrar pessoas com boa formação profissional e experiência de vida e de gestão, dispostas a entrar para a vida pública em condições de fazer a diferença. Ampliei a conversa com amigos e observadores políticos e uma a duas dezenas de nomes foram surgindo, com a maioria descartando qualquer conversa sobre o assunto e até eliminando radicalmente chance de candidatura.
É compreensível. A imagem do político brasileiro hoje é das piores diante da opinião pública e o eleitor brasileiro já não separa mais o joio do trigo. A pessoa pode ter uma história de vida ilibada, nome limpo e de histórico compromisso social, chefe de família exemplar, empreendedor ou profissional de reconhecimento quase unanime, simples e solidário, cidadão nota dez acima de qualquer suspeita. Mas se aceitar ser candidato, antes mesmo de ser eleito já é visto como mal-intencionado, desonesto, corrupto, um armazém de defeitos. A vida privada não é mais respeitada e o vale tudo ocupa espaço para os adversários serrarem fileiras no combate ao novo nome. Os que roubam passam o resto da vida como ladrões, enquanto aqueles que não se corrompem acabam jogados no mesmo balaio de gato. Basta virar político para o povo não mais ver diferença. E isso afasta cada vez mais quem poderia fazer a diferença na recuperação da imagem dos políticos.
É preciso, no entanto, acreditar que por mais tempo que leve, a credibilidade política vai ser recuperada, mesmo porque piorar não tem como. Se alguns cidadãos de bem não se dispuserem a participar do processo político, colocando seus nomes para avaliação eleitoral, os ruins, corruptos e descompromissados com o interesse coletivo acabarão tomando conta. E a conta, cada vez mais cara, vai ser paga por todos, porque o faz de conta começa com os mirabolantes planos de governo de campanha e as compras de votos, até chegar à realidade da decepção de que quase nada do proposto foi cumprido.
Assim pensando, conversei muito no primeiro semestre deste ano com o Eduardo Quaresma, tentando convencê-lo a colocar seu nome na disputa para prefeito no ano que vem. Profissional da engenharia civil com grande experiência, inclusive em funções públicas, professor universitário de capacidade reconhecida, ele entende de gestão, de relacionamento e comando de equipe, com uma história de vida na cidade escrita com méritos e postura de princípios e retidão. Ótima pessoa e que agregaria muitos nomes de expressão na cidade para lhe garantir uma base política representativa para alavancar sua candidatura. Eduardo, a princípio aceitou discutir a possibilidade, mas depois de avaliar o desafio com amigos e familiares, achou melhor descartar definitivamente qualquer chance de sua candidatura, o que tem que ser respeitado.
Como estamos há apenas dez meses das eleições, o tempo dificultará o surgindo de qualquer nome novo daqui pra frente, com a disputa e todas suas possibilidades ficando naqueles já lançados e em pré-campanha. Que o eleitor monlevadense faça o melhor juízo ao decidir se dá mais quatro anos à atual prefeita ou passa a oportunidade para um dos outros nomes já colocados.

() Márcio Passos é jornalista e fundador do A Notícia
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