Assim como em qualquer outro lugar, a igreja é lugar de política sim. Falo política. Não de partidarismo. E política nada mais é que a relação entre as pessoas. E chama a atenção que o princípio básico do cristianismo é justamente o Amor. E o que mais tem é faltado, é justamente esse amor ao próximo. O próprio Papa Francisco declarou: Envolver-se na Política é uma obrigação para um cristão...
É preciso se incomodar com a fome, com o racismo, com a homofobia. E a igreja não pode se fechar ao debate social, em detrimento de uma prática de muitos, que usam vendas para não enxergar o problema do vizinho. Não podemos fazer como Pilatos e lavar as mãos. É preciso rezar. Rezar muito. Mas não adianta apenas ir à Missa, comungar e entrar no carro, fechar os vidros e fazer de conta que nada mais importa na vida, a não ser o que ter no almoço de domingo.
Acredito que as religiões, todas elas, têm se esquecido de fato que o ser humano merece amor, merece ser acolhido, respeitado e sobretudo, valorizado como semelhante. Em tempos de intolerância, revolucionário é o amor. Não basta não ser machista, não sermos racistas ou homofóbicos. É preciso ser contra toda a violência física e moral à mulher, ser contra qualquer tipo de preconceito e discriminação racial, social ou de gênero. Todo mundo é igual.
Está na hora de acabarmos com a hipocrisia que nos limita a não nos importar com o outro e impede um olhar de mais empatia com o próximo. Mais um Natal se aproxima e que o Cristo justo, aquele para quem a fé e o amor eram os mais importantes, renasça em cada coração.

() Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação