Desde 1984
Erivelton Braz
11 de Outubro de 2019
Câncer não é sentença de morte
Em vinte anos de jornalismo já entrevistei muitas pessoas. Mas uma das entrevistas mais impactantes que fiz foi com a monlevadense Nádia Bueno, que venceu um câncer de mama e hoje desenvolve trabalho voluntário no projeto A Vida é Bela. A proposta é dar testemunhos da superação e fomentar a autoestima das mulheres em tratamento.
Na conversa, ela sentenciou “Câncer não é sentença de morte”. E justificou com a sua trajetória de superação, mostrando que o diagnóstico da doença não pode ser o fim da linha para ninguém. Enquanto há vida, há esperança e ela usa de sua experiência com o câncer, aos 43 anos, para apontar que é possível resistir.
Meu pai morreu de câncer de próstata. Nunca havia feito exame de toque ou mesmo de PSA, antes de sofrer obstrução na bexiga e ficar com dificuldade de operar. A doença o matou, aos 83 anos, depois de dois anos de muita luta. Ele não perdeu a esperança. Eu acompanhei de perto tudo o que ele viveu nos últimos anos de vida e nunca o vi triste, derrotado, cabisbaixo. Foi inevitável não lembrar dele ao entrevistar Nádia.
Estamos em pleno Outubro Rosa e logo será Novembro Azul. O momento é de alerta para todos nós. Exames precisam ser feitos por homens e mulheres regularmente. Como disse a Nádia, não apenas o exame. Mas as mulheres precisam se tocar mais, conhecer seu corpo, suas mamas, para diante de qualquer alteração, não titubearem em procurar um médico.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) pede que os homens com mais de 50 anos façam anualmente os exames de sangue, para medir os níveis do PSA, e de toque retal. Quando há histórico familiar, os exames devem ser a partir dos 45 anos. É preciso deixar o preconceito estúpido de lado e cuidar da saúde.
Para não ser uma sentença de morte, a prevenção e o tratamento do câncer de mama ou de próstata devem ser monitorados e levados a sério. Assim como os exames de rotina, aliados à uma alimentação e prática regular de exercícios ajuda a prevenir outros tipos da doença. Vale muito manter a atenção redobrada porque viver sempre deve ser a primeira opção.
Outubro Rosa, Novembro Azul ou qualquer outra data que remeta à saúde precisa ser levado à sério. Hoje, muitas pessoas sofrem por desinformação, preconceito, preguiça ou falta de amor próprio e ao próximo. Porque quem não cuida de si, é incapaz de amar os outros. Procure um médico, faça seus exames e vá ser feliz na vida

() Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação
JORNAL IMPRESSO
AS MAIS LIDAS
TWITTER - PRF191MG