Desde 1984
Márcio Passos
13 de Setembro de 2019
Gênios da política
Já atuei profissionalmente em mais de setenta campanhas eleitorais, tempo mais do que suficiente para me ensinar que quem acha que sabe tudo sobre política na realidade nada sabe.
Política não é ciência exata e nem tanto repetitiva como a maioria acha. Costumo alertar que quem acha que sabe tudo sobre política e que não tem mais o que aprender está na hora de se retirar do processo e se aposentar. Cada campanha é uma campanha diferente da outra e as reações políticas da opinião pública e dos eleitores se alternam.
É por este motivo que nunca me permiti achar que sei muito e sou permanentemente aberto a aprender mais e muito. Tenho plena consciência da limitação política de cada um de nós e mantenho segura distância de dono da razão e da verdade absoluta.
O que não aprendi a tolerar, no entanto, é a corriqueira prática da mentira, da enganação, das segundas e terceiras intenções, entre outras práticas da velha e intolerável política que ainda existe e que alguns continuam tolerando porque são cúmplices ou fracos de liderança.
Genialidade na política não acrescenta tanto quanto parece. O que acrescenta é a retidão de caráter, além da clareza de princípios e objetivos políticos, o que algumas vezes aparecem camuflados e desonestos. Não tenho paciência para gente que se acha esperta, mas na realidade não passa de bobo da corte.

Imbecilidade política

Sabe qual maior valor a democracia nos garante? O poder de ser livre e, entre outras coisas, votar em quem bem entender.
Na minha ótica particular acho que estamos carentes de melhores nomes, mas ninguém tem o direito de nos tirar o poder de escolha, seja ele A ou B, de direita, esquerda ou centro, homofóbico ou não, experiente ou não, novo ou velho, honesto ou corrupto, mocinho ou vilão.
Se atende ao que determina a lei vigente e se o eleitor está apto, que cada um faça seu juízo e voto. E mais do que julgado, precisa ser respeitado.
Assim entendendo, me assusta tanta gente aparentemente boa batendo cabeça na rede social para falar mal do candidato do outro. Falta de serviço e de respeito.
Cada um que faça sua escolha e respeite e escolha do outro. E para defender meu candidato não preciso e não devo atacar o candidato do outro. Mesmo porque, quem ataca não tem o que mostrar ou não está convencido sobre o que defende.
Só gente despreparada para a democracia entra numa paranoia dessa: atacar para se defender.
De minha parte prefiro votar em branco a ter que atacar para defender meu voto. Campanha tem que ser propositiva e construtiva, buscando o voto com proposta de uma vida coletiva melhor. Só aponta dedos quem não tem mãos dispostas ao trabalho pelo bem.
Política é vida e vida é política. E a política do bem começa pelo respeito ao eleitor, independente de quem seja seu candidato. Democracia é isso. O resto é imbecilidade política. Mesmo por isso, respeito quem discorde.
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