Nunca em João Monlevade, um ex-vereador se elegeu prefeito da cidade. Wilson Alvarenga, o primeiro, Germim Loureiro (Bio), Antônio Gonçalves, Dr. Lúcio, Leonardo Diniz, Laércio Ribeiro, Carlos Moreira, Gustavo Prandini, Teófilo Torres e Simone Carvalho, nunca se sentaram nas cadeiras do Legislativo, antes de assumir o comando do município. No máximo, alguém que saiu da Câmara, chegou a vice. Como ocorreu com Wilson Bastieri, Gentil Bicalho, Railton Franklin e Fabrício Lopes.
A estratégia de primeiro tornar-se vereador conhecido na cidade antes de governar o município ainda não deu certo. Até porque, muitos candidatos que passaram primeiro pela Câmara foram derrotados quando disputaram o Executivo. Será que em 2020 será diferente?
Neste ano, como é natural em período pré-campanha, alguns parlamentares se movimentam em busca de consolidar pretensões futuras de chegar ao Executivo. É o caso de Djalma Bastos (PSD) e Belmar Diniz (PT) que já declararam desejo de disputar a eleição a prefeito e que não pretendem estar mais na Câmara. Djalma, inclusive, reforça que tem compromisso com a prefeita Simone e que, se ela não se candidatar à reeleição, ele vai lançar seu nome como pré-candidato à disputa.
Belmar Diniz, por sua vez, também manifesta desejo de concorrer à Prefeitura. Mesmo que, para isso, tenha que deixar o PT, legenda que foi fortalecida na cidade, com a chega do pai, Leonardo Diniz Dias, ao Executivo, em 1989. Isso porque ele não goza do mesmo prestígio e se isola cada vez mais do seu partido.
Outro vereador cotado a disputar as eleições a prefeito em 2020 é Guilherme Nasser (PSDB). O tucano tem tentado se descolar da prefeita que é do seu partido. Guilherme, que nunca se filiou a outro partido, recentemente, recebeu convite do PSL para disputar a Prefeitura no ano que vem. Porém, oficialmente, ele ainda não se manifestou, se aceita ou não. Quem também já passou pela Câmara e que agora se apresenta como pré-candidato a prefeito é o atual vice, Fabrício Lopes (MDB). Além do Legislativo, ele já atuou como secretário nos governos Prandini e Teófilo Torres. Agora, espera emplacar seu nome para a disputa em 2020.
Bem, sempre há uma primeira vez. Será que no ano que vem será diferente? Ressalto que a história é escrita e reescrita todos os dias e, diariamente, surgem novas oportunidades para todos os que trabalham para realizar seus sonhos e projetos. Cabe aos vereadores atuais, ao vice-prefeito e todos aqueles que esperam disputar uma vaga ao Executivo, fazer algumas reflexões: Entre essas, a mais importante avaliação, é sobre o que os credencia, de fato, a representarem a população enquanto prefeitos.
Não se pode candidatar por vaidade ou por egoísmo, mas por desejo de fazer o melhor para todos. O eleitor não é e nunca foi bobo. Agora, com mais informações ao alcance da palma da mão, ele sabe muito bem quem é sério e quem brinca de faz de conta com a representatividade.

() Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação