Desde 1984
Gabriela Gomes
21 de Junho de 2019
Encruzilhada
Temos sempre dois caminhos a seguir. Um a direita, o outro a esquerda. Por vezes, no esquecemos disso, e acreditamos estar numa única escolha, fechada, sem cadeado. Mas sempre há duas saídas, duas placas, dois caminhos, dois rumos a seguir.
Podemos acordar de manhã agradecidos por mais um dia, por estar respirando, por termos uma casa, um café e pão com manteiga para o lanche da manhã, e um trabalho para irmos. Ou podemos reclamar desde a hora que toca o despertador, do frio que faz logo cedo, do café forte ou doce demais, da falta do queijo para o pão, do ônibus lotado ou do insuportável trabalho.
Sim, podemos escolher como vamos vivenciar o dia e podemos fazer essa escolha todas as manhãs. Claro que nenhum dia é como o outro, há dias nublados, outros ensolarados, outros quentes demais e outros mais frios. Mas se ainda temos esse dia, podemos tentar fazer dele o melhor possível.
Sim, certamente, vão aparecer pessoas difíceis pelo caminho. Na família, no trabalho, na faculdade. Engessadas em padrões, cobranças, modelos, eternas exigências de perfeição. Mas não precisamos ser como elas e muito menos tentar entende-las, somente respeita-las e evitar que elas nos afetem muito.
Há sempre dois caminhos a seguir. Podemos agradecer pela saúde dos nossos filhos, por cada novo aprendizado, por todas as risadas gostosas que eles nos trazem. Ou podemos nos irritar com tantos brinquedos espalhados pela casa, por tantas roupas para lavar, pela birra ou pelo choro.
Sim, a educação dos filhos está cada dia mais desafiadora. Agora são muitas perguntas para ‘antigas’ respostas simples. “Ele está agitado demais? Pode ser hiperativo Calado demais? Melhor marcar a psicóloga Não gosta de comer? Precisa de um nutricionista”, são tantas repostas, mas no fundo eles são apenas crianças. Será que não estamos exigindo deles uma perfeição irreal? Eles também fazem as suas escolhas.
As duas placas estarão sempre lá, nos levando a dois caminhos. Do agradecimento ou do lamento, da alegria ou do sofrimento, da paciência ou da ira. A vida é a oportunidade de sermos melhores do que somos. Os dias são páginas em branco, que podemos escrever o melhor de nós. Ou não. Podemos colecionar troféus em todas as batalhas, de vencedores ou de aprendizes. Podemos colecionar lágrimas ou figurinhas. A escolha é de cada um, e intransferível. Que saibamos escolher o melhor caminho, e nele vivermos as alegrias que esse dia nos trouxer.

()Gabriela Gomes é publicitária e representante comercial do Jornal A Notícia
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