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09 de Agosto de 2022
Monlevade se despede do professor e músico José Antônio Pereira
Reprodução

João Monlevade se despediu, no último fim de semana, de José Antônio Pereira, conhecido músico do município. Ele tinha 71 anos, e foi vítima de uma embolia pulmonar. Ele foi sepultado no domingo (7) no cemitério de Carneirinhos, deixando esposa, filhos, netos e muitos amigos. 

Ao longo de sua vida, “Zé Antônio”, fez história como integrante de grupos musicais importantes da cidade. Ele integrou a BigBand Funcec, a Corporação Musical Guarani e o grupo de Samba Afilhados do Sereno. José Antônio também era membro da comunidade Nossa Senhora das Graças, no bairro Satélite, onde residia. Ele ainda foi membro atuante da Pastoral Familiar de João Monlevade, integrante do Grupo Unicristo e regente do coral Nossa Senhora das Graças. 

O músico ainda teve atuação destacada na educação de João Monlevade. Ele foi professor e vice-diretor da Escola Municipal Governador Israel Pinheiro (Emip), colégio no qual foi mestre da fanfarra por muitos anos. José Antônio ainda trabalhou no setor de pagamentos da Prefeitura de João Monlevade. 

Descrito como “esposo, pai, tio, avô e amigo exemplar”, nas redes sociais, muitos amigos de trabalho na escola e companheiros de música destacaram sua vida e lamentaram sua morte. O músico, cantor e compositor Rômulo Rás publicou um texto enaltecendo a biografia do amigo: “Ele se foi e sua passagem por aqui deixou uma marca de companheirismo, generosidade e conhecimento extremo da língua portuguesa, das questões religiosas e humanitárias, além do ótimo gosto musical, independente do estilo. José Antônio Pereira era o nome dele”. Eles tocaram juntos no Afilhados do Sereno e colecionam inúmeras histórias.

Outra que homenageou o amigo foi a professora Cleonice Gomes Nogueira. Ela enviou o seguinte relato sobre “Zé Antônio”, com quem trabalhou na Emip: “07 de setembro de 2007. Eu estava diretora da EMIP nessa época. Combinei com os membros da fanfarra da escola que, durante o desfile, quando chegássemos em frente ao palanque, todos desobedecessem aos comandos do Mestre e professor José Antônio e tocassem errado. Essa foi uma forma que arrumei de homenageá-lo pelos feitos de tantos anos. Ele fora meu professor de fanfarra no Centro Educacional. Amava a fanfarra e sentia orgulho em apresentá-la para o povo e sempre guardava as melhores estratégias para o final do desfile, quando a fanfarra passasse ao palanque. 

E não deu outra: lá chegando, todos tocaram errado. Parecia um repique enlouquecido... Mas quem ficou enlouquecido mesmo foi o mestre José Antônio.  Seu rosto estava rubro e creio que seu coração estava com os batimentos acima do limite. Neste momento, alguém subiu até o palanque e leu um texto de agradecimento pelos anos dedicados à fanfarra da EMIP.  Ele chorou; agradeceu a todos, recebeu a premiação, desceu do palanque e fez o que sabia fazer de mais bonito: fazer a fanfarra brilhar sob seu comando. Obrigada por tudo, grande mestre...a fanfarra do céu o espera e, com certeza, cantará bonito com a sua chegada. Valeu!”, escreveu. 

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