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Polícia
19 de Fevereiro de 2021
“A verdade foi essa: Em momento nenhum teve faca no pescoço de César, faca no meu pescoço”
Viúva contrapõe versão da PM em caso de homicídio no Nova Monlevade

A Notícia entrou em contato com Daniela Cristina dos Santos, viúva de César Eduardo Patrício, que morreu após ser baleado pela Polícia Militar durante ocorrência na madrugada de terça-feira (16). Segundo a Polícia, César foi atingido por engano. Daniela deu sua versão dos fatos e contrapôs algumas informações que foram divulgadas pela Polícia Militar, em nota, no dia 16, horas após o ocorrido.

Ao contrário do informado pela PM, Daniela diz que o filho não estava com uma faca e que não a agarrou pelo pescoço. Ela confirma ter chamado a Polícia porque o filho estava alterado. E afirma ter aberto o portão para a entrada dos militares e que o filho, Marcos, correu.

Segundo Daniela, uma policial atirou, mas o disparo atingiu César, marido dela. Ainda segundo ela, o marido estava em um canto e que em nenhum momento foi ameaçado pelo filho dela.

Confira na íntegra, a transcrição de áudios de Daniela enviados ao Jornal A Notícia:

“Olha, não existe faca. Que faca foi essa? Quem falou que Policial me soltou da mão do meu filho? Quem disse? Pelo que eu sei e o que aconteceu, porque eu estava aqui presente, eu acionei a viatura para conter meu filho que estava sim alterado. Eu mesma abri o portão para ela (trata-se de uma policial), quando ela chegou chamando pelo mesmo. Ele veio correndo, sentido muro, não sei se para pular. Ela deu um tiro. Saiu correndo onde meu esposo estava num canto do meu carro (quantas vezes vou ter que falar isso). Em momento nenhum de depoimento, eu coloquei faca, porque não tinha faca. Todo mundo está procurando faca. Até eu. Eu não vi faca. Se ela viu, eu não sei. Porque meu depoimento foi todo esse. Eu não vi faca. Não fui agarrada pelo pescoço, ele não fez nada. No meu pescoço não. Jamais. Em momento nenhum, Cesar teve contato com ele. Quando ela chegou, Cesar estava no canto do meu carro para ela passar. Quando efetuou os disparos, quando aconteceu o que aconteceu.

A verdade foi essa. Em momento nenhum teve faca no pescoço de Cesar, faca no meu pescoço. Eu chamei a Militar para conter um problema, ele estava muito alterado. Ela veio prestar o serviço dela. Aconteceu o que aconteceu, meu marido foi alvejado e nada o vai trazer de volta. Mas eu quero que que respeite a morte do meu marido e que justiça seja feita.

Conto com a competência do jornal, que publique a verdade. Jamais ia mentir. Sou uma pessoa muito clara, gosto de tudo certo. Se fosse ela, eu jamais ia dar um depoimento contra a vida dela. Mas a do meu marido foi tirada pelas mãos dela que foi fazer uma ocorrência. Meu marido estava num canto, ele saiu para ela passar. Assim que avistamos a viatura, saiu para ela passar. Ela chamou o Marcos. Ele correu na direção para fora. Ele sempre pulou o muro para fugir. Ela deu o disparo. É um beco. Eu fiz um vídeo para todo mundo ver. Nesse vídeo, meu marido lá no canto. Marcos Vinicius passou correndo para fugir pelo muro do fundo. Ele fugiu. A Polícia o pegou no outro dia do ocorrido. A polícia o pegou pegou depois de vir aqui, ele fugiu de novo. Pegou ele depois quando ele mesmo se entregou. Ele passou correndo pelo beco e ela atirou, acertou meu marido. Quero que alguém explica. Eu não consigo explicar. Meu carro estava no meio dos dois. Meu marido foi atingido e meu carro não tem um arranhão de bala”, afirma.
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