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07 de Agosto de 2020
União de Fabrício Lopes com o PT desagrada aliados
O anúncio da pré-candidatura de Fabrício Lopes (Avante) como vice do pré-candidato a prefeito Laércio Ribeiro (PT) desagradou aliados. Quando anunciou que seria pré-candidato a prefeito, Fabrício iniciou a montagem de um grupo de pré-candidatos a vereadores. Muitos são contrários aos “petistas e aos moreiristas”. Alguns integram a extinta “Direita Minas”, agremiação que apoiou Jair Bolsonaro em João Monlevade e são fomentadores do grupo “Aliança pelo Brasil”, também de apoio ao presidente de República.

De olho na Prefeitura, Fabrício Lopes deixou o MDB, partido pelo qual foi eleito vice-prefeito na chapa de Simone Carvalho (então no PSDB e agora no PTB). Ele filiou-se ao Avante recentemente e organizou quatro legendas com pré-candidatos a vereador, formadas pelos partidos: MDB, Avante, Podemos e Democratas, para apoiar seu nome a disputar o pleito. Em princípio, Lopes seria pré-candidato a prefeito.

No entanto, após anúncio da união com o PT, na semana passada, a maioria dos pré-candidatos convidados por ele ficou insatisfeita. A Notícia conversou com alguns filiados, que pediram sigilo, temendo retaliações das legendas. Muitos alegaram que a decisão foi tomada pela cúpula partidária e que não foram ouvidos para discutir o assunto. Para um pré-candidato a vereador, a decisão foi arbitrária. “Não aceitaria se fosse ouvido. Não caminho com o PT. Pelo meu histórico de vida e por aquilo que acredito, não vou fazer campanha de apoio ao PT”, disse.

Outro pré-candidato manifestou insatisfação, alegou que sentiu-se enganado, por acreditar numa pré-candidatura independente, como terceira via, fora das siglas PT, PDT ou PSDB e PTB. “Nem Moreira, nem Raílton, nem PT. Queria um nome novo e acreditei na proposta. Agora, como é que fica?”, questiona. Um terceiro alegou que a política muda toda a hora, mas acha difícil apoiar um partido do qual tanto combateu. “Nossa bandeira jamais será vermelha”, afirmou.

O próprio líder do MDB na cidade, Elgen Machado, o Machadão, um dos principais apoiadores de Fabrício, afirmou meses atrás que não caminharia com o PT e nem com Carlos Moreira. “Desde o início das conversas, o MDB deixa claro que quer ser a terceira via de fato para a cidade, sair desse ‘Fla x Flu’ desses dois grupos que dominam a política local há anos”, disse em entrevista ao jornal no mês de fevereiro deste ano.

Fabrício alega “surpresa”

Questionado sobre o assunto pela reportagem, Fabrício Lopes disse que construiu um grupo com base no diálogo e alegou surpresa. “Sinceramente a sua colocação me surpreende porque não é isso que tem chegado até a gente. Todos os pré-candidatos tem contato direto e aberto comigo para podermos falar sobre vários assuntos”, afirmou.

Fabrício ressaltou que respeita os pensamentos diversos e diz que “a força da política está na formação de grupos dispostos a caminhar na mesma direção. Sempre trabalhamos por um projeto de união por Monlevade. E isso envolve todos nossos pré-candidatos a vereador”, disse.
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